quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009: UMA ODISSÉIA NA TERRA

Depois do período de abandono ao meu pseudo-blog (como foi difícil para remover as teias de aranha daqui), estou de volta (adeus preguiça... como se isso fosse mudar a vida de alguém). Contudo, todavia, entretanto (ou qualquer advérbio do gosto do freguês), lá vamos nós para mais um ano, como diria Guilherme Arantes, da mais louca alegria que se possa imaginar... assim espero (amos).
Em primeiro lugar, tentarei falar sobre algo que, seguramente, ninguém gostaria que acontecesse, mas a tendência é de que torne-se algo mais intenso: a "treta" interminável entre israelenses e palestinos. Não dá para apontar com dedos (de urologista) os culpados pelo derramamento de sangue por motivos absurdamente gloriosos: a ocupação (!) da Faixa de Gaza, o Rio de Janeiro (sem desmerecer ao estado, "pelamordeDeus"!) do Oriente Médio... se bem que os "presuntos" dominam aquelas bandas.
Espero não ser taxado, acusado, torturado ou preso pela CIA (Caçadores de Inconvenientes aos Americanos) por anti-semitismo, até porque todos nós, independentemente de etnia, crença religiosa, condição social etc etc c tal, temos (?) os mesmos direitos e deveres, mas os palestinos não são estes monstros que estouram até pensamento que a opinião pública (=estadunidense) nos faz engolir goela abaixo; tampouco os israelenses são as "vítimas" que aparentam ser. Há mentes brilhantes e, simultaneamente, espíritos-de-porcos notórios dos dois lados, e as coisas não são exatamente como aparentam ser... basta ver tudo isso por outro ângulo. Para encerrar, me lembrei de uma citação dada pelo mestre do teatro Augusto Boal (quem quiser saber mais sobre o cara, pergunte ao Sr. Google) um dia desses, no Canal Brasil, sobre o caso dos "sapatos voadores" no Iraque: um ato violento não é justificável, mas será que a vítima deste ato não foi violenta com o agressor em outro momento?
Outra novidade para o "ano novo": as mudanças outorgadas no idioma do Manoel (ora pois!). Não me lembro de todas as regras (não sou intelectual para decorá-las... se bem que eu terei de fazê-lo), mas a que mais me chamou a atenção foi a extinção do trema... já não mais haverá quem tema pelo trema (esse trocadilho foi sofrível, confesso). Pelo menos teremos dois anos para nos adaptarmos... e qual a razão disso tudo? Tentativa de unificar o idioma em todos os países nos quais o português é o idioma oficial (as piadas do Manoel estão com os dias contados... snif).
Além disso, há os clichês de todo início de ano: dietas que são abandonadas no dia 2 (de janeiro), promessas que serão esquecidas após o carnaval, balanço de metas (na maioria das vezes, inalcançáveis), que será revisado na última semana de dezembro, isso se o for realmente... além do arsenal de superstições típico desta época (quem não tiver nenhuma suprestição que atire a primeira pedra).
E expectativas? Independetemente de serem tangíveis ou viajandonas, quais serão para este ano? Algumas são de anseio comum, como o "aperto de mãos" irrevogável entre israelenses e palestinos (ou seja, respeito mútuo... principalmente por parte dos "manos" de Israel), a adesão dos Estados Unidos ao Protocolo de Kyoto (tomara que Obama o faça) e o abandono por parte de grileiros, posseiros e FDPs em geral ao ideal insano da cultura de gado amazônico, a classificação do Brasil à Copa da terra de Mandela... além de os prefeitos e vereadores executem suas respectivas gestões como eles TÊM de fazer, visando ao bem-estar da população e de maneira ética...
Enfim, dejeso um ano freudástico a todos os leitores (como se houvesse algum), no qual o bom-senso e a paz predominem... e lá vamos nós para mais uma odisséia: o ano de 2009. Hasta luego!

domingo, 21 de dezembro de 2008

PICHANDO CALOS

Às vezes, para um (pseudo) escritor ou metido a comentarista (no meu caso, um cara metido a intelectual que "grita no meio do deserto"), encontrar inspiração para escrever sobre qualquer assunto é difícil, difícil ao ponto de tornar-se , digamos, algo doloroso. Na última semana, passei por experiência semelhante: dentro de um vagão de metrô (lotado, para variar), levei um pisadela no pé... de um salto Luís XV (não necessariamente no calo - e isso não significa que eu o tenha - ... mas tudo bem).

Não farei comentários sobre a dor do c@*@!?0 que senti naquele instante, muito menos farei plágio de Drummond (se eu o fizesse, como ficaria? "Havia um Luís XV em cima do meu pé... Em cima do meu pé havia um Luís XV"?... melhor deixar quieto). Eis a pseudo-sacada que tive: uma "pisada no calo" é (obviamente) um incômodo, até mesmo uma provocação. E uma situação na qual alguém desafia os limites de determinada regra estabelecida é (!) uma pisada no calo.

Pois é, para muita gente, o que aconteceu no dia 26 de outubro na "Bienal do vazio" foi um baita pisão no calo (desculpem-me pela redundância...). Caroline Pivetta, 24, pixou - em parceria com o grupo no qual era integrante, a Família Susto's - o "andar do vazio" da última Bienal. Nem precisa ser um gênio da magnetude de George W(ar) Bush para deduzir que a garota foi presa. Adivinhem a justificativa para a prisão: associação a "milicianos" com fins de "destruir as dependências do prédio". Crime cometido: destruição de patrimônio cultural. E, finalmente, a justificativa de Caroline Sustos (seu pseudônimo): participou desse ato para manifestar-se "contra os desfavorecidos, os que não têm acesso àquela coisa toda (à proposta da Bienal)".

A guria ainda emendou que gostou da proposta da Bienal deste ano - o "vazio"... tanto que havia um andar, literalmente, vago nas instalações -, pois "todo mundo tem um vazio dentro de si". De quebra, Caroline também participou de ato semelhante ocorrido na (Faculdade) Belas Artes, no início do ano. Resultado: Caroline Sustos ficou por pouco mais de 50 e lá-vai-porrada de dias vendo o sol nascer quadrado, além de ter tido uns duzentos e cinquenta mil habeas corpus negados. E a parada repercutiu tanto, mas tanto, que até ministros Paulo Vannuchi e Juca Ferreira, respectivamente das pastas de Direitos Humanos e de Cultura, pediram ao governo paulista que a jovem fosse libertada. Depois de muita discussão, Carolina Pivetta foi posta em liberdade na última sexta-feira, 19.

Agora, a pergunta que não quer calar: até em que ponto a punição imposta à grafiteira (pichadora, artista ou o que tu quiseres) foi correta? A polícia agiu de forma truculenta e/ou arbritária neste caso (!)? Neste caso, a atitude foi somente contestadora, rebelde e/ou sem-noção ou, até mesmo, criminosa? Cada um responderá a essas questões e terá opiniões (bem) diferentes sobre o caso da "bienal do vazio" de acordo com sua formação e ideologias. Talvez não caiba a nós rotularmos a polícia - tanto de maneira positiva como depreciativa -, tampouco a jovem.

Danificar algum espaço (ou monumento) público é questionável pois, mesmo sendo de maneira indireta, a manutenção desses espaços é custeada com o dinheiro vindo de impostos (é isso mesmo, "véio"... a parada sai do seu bolso), mas aplicar à autora desse ato punição semelhante à de um homicida, por exemplo, nos remete aos (nada) bons e velhos tempos da ditadura... não é hora de rever conceitos e valores de nossa sociedade, assim como a aplicação de penas?

Enquanto isso, resta a todos nós tomarmos cuidado para que nossos calos não sejam pisados... e isso não é só anatomicamente falando.

domingo, 14 de dezembro de 2008

SONORIDADE PORONGA

O Los Porongas é uma banda acreana que vem se destacando no cenário alternativo, especialmente em São Paulo, onde os integrantes moram desde 2007. Suas composições têm forte temática regional, além dos caras serem influenciados por Los Hermanos, Nação Zumbi, Nirvana, Beatles... enfim, só bandas de primeira.

Caso você tiver vontade de ouvir algum som da banda, aí vai o link do Myspace da banda.

http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewProfile&friendID=193408370

Os destaques ficam por conta das faixas "Nada além" (como certa vez disse Diogo Soares, vocal da banda, a "música mais paulistana da banda"; ou um "infinitivo perpétuo de 24 horas"), "Lego de palavra" e "Como o sol"

Guys, enjoy the music!

MARCAS DO AI-5

Na última semana, em entrevista ao Folha Online, webpage do jornal Folha de S.Paulo, o ministro da Justiça (?) Tarso Genro declarou que alguns intelectuais ajudaram a estabelecer os moldes do regime militar (vulga Ditadura). Além disso, Genro também disse que o AI-5 (Ato Inconstitucional nº5) ajudou - e muito - ao endurecimento do regime perante à sociedade, no que dizia respeito a manifestações, protestos e revoltas em geral. Contudo, ainda de acordo com o ministro, o decreto dos "tiozinhos" de farda ajudaram a estimular a galera a estabelecer a democracia no Brasil.
Vale lembrar também que o "companheiro" Genro também defende a responsabilização dos torturadores do regime; e essa postura, inclusive, causou mal-estar entre os militares ligados atualmente ao governo. Para você ter uma idéia, a parada foi polêmica ao ponto do ministro da Defesa, Nelson Jobim, discordar publicamente de Genro.
Agora iremos ao que interessa: na última semana, a instituição do AI-5, ocorrida no "famoso" ano de 1968, completou 40 anos. Essa "lei", resumindo, funcionava da seguinte maneira: qualquer manifestação contrária ao regime (até conversas em botecos sobre política e um pôster de Che Guevara na parede) resultava em, no mínimo, prisões, torturas, pontapés etc. Nessa brincadeira, os "milicos" deram sumiço em muita gente... sem contar que muita gente contrária ao regime teve de tirar "férias" - confesso que fiz alusão ao filme "O ano em que os meus pais saíram de férias", dirigido por Cao Hamburguer, que narra o cotidiano de um garoto após os seus pais terem "tirado férias", ou figido mesmo -.
O AI-5 começou a ser questionado, por incrível que pareça, entre alguns militares em 1975, após a morte do jornalista Wladimir Herzog(aquele que aparece enforcado em uma foto presente em todo e qualquer livro de História do Brasil no Ensino Médio... mas a vida dele, obviamente, não se resumiu àquela foto). Três anos depois, após o festival de carnificina, a "lei do sangue e da tortura" foi extinta.
Sobre o projeto de punir aos torturadores do regime após praticamente 4 décadas, a polêmica está garantida, por ter acontecido há muito tempo (se isso acontecesse, seria retroceder ou, até mesmo, tocar em feridas do passado)... mas, a partir do momento em que alguém cerceia os direitos de outras pessoas, esse indivíduo tem de ser punido... Pinochet é (ou melhor, foi) um exemplo disso.
Independentemente da punição (ou não) aos torturadores, nenhuma ditadura, seja ela estabelecida por qualquer ideoligia, vale a pena. Além de condicionar a sociedade à alienação (não que em um Estado democrático a alienação não esteja presente), a possibilidade de qualquer regime autoritário tornar-se uma mancha na história de qualquer país. O Brasil e outros países latino-americanos que o digam.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O BANHEIRO DA MÍDIA

O filme "O banheiro do Papa", dirigido pelo brasileiro César Charlone, retrata os dias antecedentes à visita do Papa João Paulo II a uma cidade "pobre" no Uruguai, na fronteira com o Brasil. Algumas passagens do filme que beiram o cômico e o revoltante retratam a cobertura da mídia sobre a "visita divina": a imprensa local, representada por um repórter carismático, porém um tanto sem-noção, cobre o cotidiano popular perante o "fato do ano" de maneira, digamos, sensacionalista e/ou irresponsável.

O cara condicionou (talvez seja ilógico atribuir tudo isso a um único indivíduo, mas é o que se pode notar na trama) a população a crer que a viagem do Papa à "quebrada" deles seria a chance ideal de tirar a barriga da miséria, por causa do (suposto) turismo que seria estabelecido. Agora serei o cara chato que sempre conta o final do filme, sem levar em conta se alguém assistiu à película ou não: no grande dia, além da população local, havia meia dúzia de brasileiros do lado da fronteira... e só. Nem é preciso ser nenhum Einsten, Sartre, Capitão Nascimento ou Jeremias "Cabra Homi" para deduzir que o prejuízo foi homérico.
Pode-se até fazer um trocadalho do carilho - tosco, diga-se de passagem - envolvendo o nome do filme e a atuação da imprensa na trama. Agora vem a pergunta que não quer calar: até em que ponto a mídia pode interferir na vida das pessoas?
Tentemos refletir um pouco: a função básica atribuída à mídia é (in)formar... seja a opinião de determinado grupo social, ou simplesmente divulgar determinado fato. Mas a formação de opinião anda de mãos dadas com a manipulação. Quando isso ocorre, meu caro, as consequências podem ser um tanto problemáticas (para não dizer catastróficas mesmo).

Talvez ninguém se lembre do caso da "Escola Base", nos idos dos anos 90... a parada foi (mais-ou-menos) a seguinte: havia uma escola de educação infantil dirigida por um casal nipônico (ou descendentes de... não me recordo agora). Por alguma "viagem" homérica ou por algum outro motivo que nem Freud explica, alguém fez uma denúncia (?) sobre supostos abusos, se é que você me entende, às crianças daquele local... A grande imprensa, na cobertura (daquele bolo de cagadas sucessivas), não apurou a veracidade dos fatos e tampouco deixou os "japas" defenderem-se (né?). Resultado: o casal não foi assassinado por muito pouco e tiveram o empreendimento arruinado e, depois de muito tempo, comprovaram que eles eram inocentes. Os grandes grupos midiáticos fizeram um mea-culpa "em off", mais por obrigação do que por qualquer outro motivo... mas a vida dos dois nipônicos nunca mais foi a mesma.

Vale citar outros exemplos: enquanto o Brasil brinca de ser feliz e pinta o nariz durante o carnaval e altas festas rolam no Paranoá, mas tudo o que passa na TV, basicamente, são os desfiles no Anhembi e na Sapucaí; durante a Copa do Mundo, também conhecida como "única época em que a galera age patrioticamente", tudo o que ouvimos é "atacante da seleção tal aparece com 'freada' na c..." (desculpa) ou "Seleção brasileira abre o seu treino ao público"... e outros fatos, talvez até mesmo mais importantes do que o torneio em si, ficam em segundo plano. Isso sem contar o último capítulo da novela vigente, o que já virou uma instituição nacional e pára um país inteiro.

Resumindo, todos - até um guri de seis, sete anos - podem notar que a abordagem sobre o nosso cotidiano é, no mínimo, tendenciosa e/ou questionável (há excessões, como em toda e qualquer regra)... Ao que parece, o que a mídia faz em seu "banheiro", aparentemente, saiu da caverna de Platão... e tudo isso vai direto para nossas casas e mentes. Até quando viveremos assim?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sangue, Caxemira e bomba atômica

Na última semana, muita gente assistiu perplexa aos ataques terroristas cometidos por grupos extremistas a turistas na Índia... para você ter uma idéia, mais de cem pessoas foram assassinadas em pouco mais de dois dias por, por incrível que pareça, dez pessoas. Este caso remete, automaticamente, aos atentados de 11 de setembro, de 11 de março de 2005 (Espanha), Virginia Tech, Oklahoma (1995)...
Ao assistir, no último final de semana, ao filme "Elefante", dirigido por Gus van Sant (também diretor de "Gênio Indomável", "Encontrando Forrester", "Paranoid Park" etc etc e tal), associei imediatamente aos ataques a hotéis indianos (tudo bem, são casos que tiveram motivações muito diferentes, mas os estragos cometidos por poucas pessoas são, de certo modo, semelhantes). Esse filme retrata, por meio de (literalmente) uma porrada de ângulos diferentes, os momentos que antecederam aos ataques em Columbine no ano de 1999. Para quem não se lembra, dois adolescentes metralharam dezenas de pessoas na escola de (adivinhe!) Columbine e, depois, se mataram. Motivos? Bully (exclusão, brincadeiras que acabam constrangendo e/ou denegrindo a outrem, muito comum entre jovens).
Em contrapartida, na Terra de Gandhi (ironicamente, ele defendia a não-violência), facções terroristas compostas por paquistaneses decidiram abir fogo indiscriminadamente contra quem quer que fosse. A princípio, falou-se em motivos geográficos (para quem não sabe, indianos e paquistaneses disputam o controle da região da Caxemira, província situada entre ambos os países; e essa disputa já causou inúmeros conflitos com o passar do tempo), mas o governo do Paquistão negou qualquer boato desse tipo e, inclusive, ofereceu ajuda ao povo indiano (e a combater o terrorismo também).
Fato é que o governo indiano, como era de se esperar, não está muito a fim de aceitar desculpar "made in Pakistan"... agora, lembrete aos paranóicos de plantão: tanto Índia como Paquistão são desenvolvem armas nucleares... ou seja, caso este problema diplomático~não seja resolvido, as consequências podem ser bombásticas - ou trágicas mesmo.
Agora, o que nos resta é torcer para que não haja mais derramamento de sangue ou o uso de armas de destruição em massa (me perdoem o trocadilho, mas que podem destruir a massa populacional ao redor do mundo). E você ainda quer que o mundo se exploda?

CIDADANIA JOGADA NA RUA (OU À SORTE)

A turma de 4º semestre de Jornalismo da Uninove , campus Memorial, apresentou na última semana seminários de Fotojornalismo. Um dos temas abordados por um dos grupos retratava o cotidiano de moradores de rua.

Particularmente, achei este projeto uma "porrada na boca do estômago" de quem preocupa-se somente com o ingresso da balada do próximo final de semana, com o estilo da atriz X da novela Y ou, até mesmo, com aqueles que preocupam-se sobre a possibilidade de perder alguns milhões por causa da crise econômica. A parada ficou, ao meu ver (desculpe-me por fazer julgamento de valor, mas não posso evitar), extremamente humanizada, e chama atenção, também, à mediocridade do ser humano no que diz respeito à preocupação com o próximo, independentemente de quem quer que seja ou com sua ocupação.
Decidi colocar por aqui, além das fotos feita pela galera, texto produzido por minha colega de classe Christine Lopes... as palavras escolhidas sintetizam o sentimento de indignação, revolta e vergonha aos quais me submeti... espero que vocês reflitam sobre isso... Chris, agora a palavra é sua!

Vinte de novembro de 2008, comemoração do Dia da Consciência Negra. O cortejo seguiu para a Igreja da Sé. Lá dentro, Rita, moradora de rua, estava dançando inocente e feliz, quando foi abordada pelo segurança, que incomodado com tanto entusiasmo, pediu que ela se retirasse do Templo Sagrado. Templo esse, que diz ter as portas abertas a todos os filhos de Deus. E o morador de rua, não é filho de Deus? Além de lhe tirarem o direito a educação, moradia e saúde, ainda lhe tiram a paternidade?



Quem são essas pessoas? Para onde elas vão e o que o futuro representa para elas? Essas são perguntas que a maioria das pessoas, não está preocupada em responder. Para muitos, o morador de rua é um pobre coitado, sem rosto, sem identidade, sem importância.
Vendo de perto, conhecemos pessoas normais. Infelizes sim, mas gente como a gente. Pessoas que tem sonhos, que são inteligentes e que são solidários uns com os outros. Eles não tinham nem um pão velho para comer, mas a Xuxa, cadelinha de estimação e companheira de sofrimento, tinha iogurte e ração no seu pratinho. Isso exprime o sentido da palavra solidariedade.




O morador de rua Lafonte, é um exemplo disso. Carioca e ex-estudante da faculdade de psicologia, no Rio de Janeiro, sonha em voltar a estudar, para fundar uma instituição de caridade e dar um lar para todas as pessoas que estão nas ruas. Homossexual, que excluído pela família e pela sociedade, passou a viver esse drama de não ter para onde ir. Extrovertido, se diz uma pessoa feliz e faz questão de distribuir o seu Orkut e o seu endereço eletrônico, aliás é o único endereço que ele tem.



Billy, nascido na Somália em 1971, foi resgatado da fome no país africano, adotado por um casal de brasileiros. Ficou órfão novamente, aos dez anos de idade. Os filhos do casal, o jogou na rua e ele passou a conhecer o que é miséria e fome, só que agora em solo brasileiro. Aos 37 anos, Billy não consegue ter uma família, diz estar muito traumatizado para constituir uma e por isso, prefere ficar na rua. Poliglota, fala quatro idiomas, inteligente e sensível. Esse é o morador de rua, que teve a preocupação de perguntar qual o sentimento da equipe, em estar executando esse trabalho. Não pediu dinheiro, moradia, nem comida. Só pediu respeito e amizade, ou seja, que alguém se importe com eles, como seres humanos que são.




O morador de rua não está preocupado com a crise financeira, com a alta do dólar ou se Barack Obama foi eleito presidente da maior nação do mundo. Eles estão preocupados se vão conseguir dormir de noite e não vão ser agredidos pela polícia ou pelos Skin Heads, que os atacam covardemente, até mesmo quando estão indefesos.

A sensação de impotência e de indignação, de nada resolve. O morador de rua precisa de atitudes concretas e não do cadastro feito pela prefeitura da cidade de São Paulo, que lhe dá direito a um banho por semana. É necessário mais do que iniciativas de grupos de assistência social ou de pessoas isoladas. Eles precisam ser inseridos na sociedade, como cidadãos que são. Cidadão, que no dicionário quer dizer “ habitante de uma cidade, indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado”. Ou seja, direito a educação, a saúde, a moradia e alimentação. Coisas que só ouvimos falar em época de eleição, mas que logo são esquecidas.



sábado, 29 de novembro de 2008

Mallu Mulher(zinha)

Na última semana, o assunto da vez em mesas de bar e entre indies, teens e a galera descolada em geral foi o início do relacionamento entre Marcelo Camelo, ex-Los Hermanos, e Mallu Magalhães, promessa do Folk, Indie ou qualquer outro rótulo da (tão querida) Indústria Fonográfica que você quiser utilizar.
O motivo de debates acalorados sobre o namoro: Camelo tem 30 anos (está em vias de assoprar 31 velas) e Mallu, 16. Para vocês terem uma idéia, a expressão "mallu camelo" bombou em sites de busca (não farei propaganda alguma sobre aquele site no qual todos buscam por informações... e será que essa expressão baterá o recorde de buscas pelo nome "britney"?). Além disso, havia uma porrada de fóruns e de comentários em blogs sobre esse fato... dava até para notar o uso da expressão "semi pedofilia". Será verdade? "Semi pedofilia"? Ponderemos...
De acordo com o artigo nº (não sei... talvez eu peça ajuda aos universitários do curso de Direito), o relacionamento entre uma pessoa que já tenha atingido a maioridade civil e uma pessoa maior de 16 anos não é considerado pedofilia. Então, um peso a menos nas costas do Camelo (sem trocadilhos). Vale lembrar que a garota Mallu, famosa pelo hit "Tchubaruba" e pela música do comercial de uma operadora de telefonia celular (não me recordo do nome dessa canção), já havia tido caso com Ned Flan... digo, Nelson Flanders, 22 anos, vocal da banda Folk/Indie/o-que-tu-quiseres Vanguart.
O único "entrave" judicial ao relacionamento de ambos é o fato de Mallu, por ainda não ter atingido sua maioridade civil, ter de perguntar "Papai, posso viajar com Marcelo e dormir no mesmo quarto que ele?". Segundo o que a legislação civil prevê (peço desculpas caso a nomenclatura estiver errada), a solução seria emancipar a guria... ou seja, Mallu passaria a ser "senhora de si".
Agora me recordei sobre o caso do cantor norte-americano Jerry Lee Lewis que, quando tinha 23 anos, casou-se com a prima Myra Gail Brown, então com 14. Como naquela época o conservadorismo ainda imperava, a rejeição por parte do público ao cara foi tão grande que tanto sua carreira como sua vida nunca mais foram as mesmas. Obviamente não serei leviano para fazer comparações entre casos (apesar de análogos) ocorridos em épocas completamente diferentes, em uma porrada de aspectos... mas, ainda assim, a diferença etária entre Mallu e Marcelo deixou muita gente estarrecido.
Sem falso moralismo e sem fazer julgamento de valor (tentarei não fazê-lo), vamos ao que interessa: Mallu já declarou que está "loucamente apaixonada" pelo hermano e, bem ou mal, ela mostra-se consciente sobre sua decisão. Outra coisa: em outro caso análogo, só que entre um garoto da mesma idade de Mallu e uma mulher na mesma situação de Camelo, a discussão seria tão acalorada como podemos ver agora? Somente a consciência de cada indivíduo integrante de nossa sociedade poderá responder...
Moral da história: não importa qual seja a raça, religião, classe social, idade (desde que não desafie aos limites legais), o que importa é que ambas as partes sintam-se bem e se amem. No caso de Mallu Magalhães e de Marcelo Camelo não há nada de errado... desde que o nome da filha deles NÃO seja Anna Júlia, é claro.

sábado, 22 de novembro de 2008

Vestibular (que não é o) da vida

Amanhã, 23, será realizada a primeira fase da Fuvest, vestibular que define vagas para estudantes na USP (Universidade de São Paulo), uma das maiores universidades do Brasil. Neste ano, mais de 138 mil pessoas participarão da prova.

Como muitos sabem, uma porrada de pessoas passam o ano inteiro estudando em cursinhos pré-vestibulares e, à medida em que a data do "facão" se aproxima, vêm de brinde a apreensão, a angústia, o medo e o desespero - enfim, tudo o que atrapalha emocionalmente o candidato. Num efeito "bola de neve dos infernos", surgem também fórmulas (supostamente) milagrosas para se dar bem no vestibular e que, em sua maioria, fazem tudo menos ajudar à pessoa.

Muitos professores de cursinho dizem que o que o "mano" teve de aprender foi assimilado com o decorrer da época preparatória e, obviamente, os dias próximos são para "esfriar a cabeça": passar boa parte do tempo com os familiares ou com a mulher, sair para respirar (ar puro em Sampa é difícil, mas não custa nada tentar), ouvir Los Hermanos (ou alguma música que te deixe tranquilo)... todavia, não é raro ver pessoas visivelmente ansiosas tentando decorar fórmulas de Física minutos antes da prova.

Agora, por que tanta gente se sente pressionada para passar no vestibular? Em primeiro lugar, a associação entre ser bem-sucedido no vestibular e na vida é intrínseca e, como resultado de uma equação de Baskhara, a pressão exercida por (alguns) professores, pais e, até mesmo, amigos contribuem para que o candidato sinta-se na "obrigação" moral (?) de ser aprovado... e a depressão, oriunda das sensações de impotência e de (pasmem) incompetência, é a cereja nesse bolo de massacre mental (confesso que estive à beira de tal quando passei por essa fase mas, no meu caso, eu mesmo me obrigava a ser aprovado - de cara... sorte que consegui ficar desencanado a tempo).

Como se isso não bastasse, há um brinde na parceria pressão-aprovação: a obrigatoriedade de definir "o que você quer ser na vida, meu filho!". Essa parte é um pouco mais complicada pois, além de forçar a pessoa (o jovem) a decidir qual o caminho a ser seguido, profissionalmente falando, induz (ou condiciona mesmo) a essa pessoa a tomar uma decisão equivocada. É extremamente interessante que o guri já tenha em mente o que fazer em sua vida pero (ô portunholzinho de m...!) forçá-lo a se decidir antecipadamente acaba sendo um tanto temerário. Alguns indivíduos já o fazem antes mesmo dessa fase, contudo, como diz o senso comum, há pessoas e há pessoas... outros demoram a escolher por uma série de fatores: insegurança e a incerteza - ligada à anterior - estão, na maioria dos casos, conectadas a essa demora. Há o "complexo do hippie" (sem desmerecer à classe), no qual a pessoa não importa-se com o futuro... aí, para lidar com essa parte é mais complicada (um testezinho vocacional e uma conversa mais veemente ajudariam).

Ou seja, a escolha de um curso (lê-se profissão) não é algo tão simples como trocar de camiseta: é uma decisão que decidirá o futuro de uma vida. Essa não é uma verdade absoluta (até porque nenha verdade é inquestionável) mas uma maneira viável de fazê-la é vivendo... as experiências que alguém tem em sua vida serão muito importantes para a formação do caráter do "mano"... e para a definição de sua diretriz profissional.

Como diria John Lennon, let it be (deixe rolar...).

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mundo em preto e branco

Recentemente, o Seade/Dieese, instituto voltado a pesquisas socioeconômicas, divulgou estudo no qual pôde-se observar que, em média, a renda de uma pessoa negra é metade da renda de uma pessoa não-negra. Nela, aspectos como o grau de escolaridade e, até mesmo (pasmem!), questões hierárquicas, foram abordados. Um dos tópicos mais, digamos, polêmicos desta pesquisa referiu-se ao fato de pessoas negras (afro e pardos) não conseguirem subir na pirâmide hierárquica em virtude, provavelmente, do preconceito.
Agora, uma pergunta: vivemos realmente em uma sociedade na qual, de acordo com a Constituição de 1988, todas as pessoas são iguais, independentemente de sexo, religião, etnia, condição social e (tema recorrente em dias atuais) opção sexual? Ou estamos num Estado no qual, como o escritor George Orwell retratou em "A revolução dos bichos", "uns são mais iguais do que outros"? Ou, ainda, vivemos sob os destroços do regime escravocrata que foi mais um capítulo da nossa história de "absurdos gloriosos"?
Muita coisa melhorou até hoje se considerarmos que, há algumas décadas, uma pessoa negra não poderia sequer sentar-se no mesmo branco no qual estava um "branco" (na terra dos Bush) e mulheres eram consideradas como propriedade de seus maridos em sociedades nitidamente patriarcais; isso sem contar a vergonhosa era hitleriana. Todavia, parece que o objetivo da luta de Martin Luther King continua a ser um "sonho" distante.
A levada deste "acidente literário" não é induzir ao (coitado do) leitor à polêmica barata, mas à reflexão sobre a nossa sociedade, em aspecto geral. Boa parte das pessoas que vivem em periferias vivem em periferias são negras... coincidência ou não, os ancestrais delas foram escravos. Ou seja, se há disparidades (socioeconômicas e culturais) entre negros e não-negros, esta é fruto de heranças históricas que não foram solucionadas. Falando em desigualdade social, aí vai um lembrete para aqueles que acham que os problemas da nossa sociedade são causados pelos "pobres": a partir do momento em que determinado grupo social é privado de direitos básicos a qualquer pessoa, "cagadas" e a existência diferenças sociais assombrosas são questão de tempo.
Mais pitacos: é, no mínimo, lamentável o fato de que alguns cientistas insanos tentaram usar argumentos (e, de quebra, "criaram" teorias) para tentar o absurdo de provar a inferioridade dos negros em relação aos brancos - recentemente, um vencedor de Prêmio Nobel tentou esta "proeza" -... e falácias desse tipo alimentam pseudo-ideologias que pregam a supremacia de uma determinada ração sobre outras ("viagens" como essa já serviram de argumento para a 2ª Guerra).
Para não correr o risco de ser (ainda mais) repetitivo, este conjunto de "brisas" será encerrado com uma frase de Bob Marley: "Enquanto a cor da pele for mais importante do que a cor da pele for mais importante do que a luz dos olhos haverá guerra". Pensem nisso, hermanos.

sábado, 15 de novembro de 2008

Festa de 2ª

Como todos ficaram sabendo por meio de nossa crítica esportiva (ou melhor, futebolística mesmo), o Corinthians, time do manto sagrado do Tatuapé, sagrou-se, na última semana, campeão brasileiro... da série B (popular 2ª divisão), após derrotar o Criciúma por 2 a 0.
Desde então, o clima no Parque São Jorge é de alegria que chega a fazer qualquer um transcender. Este júbilo é tão intenso que, inclusive, no próximo dia 22 irá rolar uma festa de arromba, com direito a micareta, open bar e o que vier.
Agora, tentemos ver o outro lado da moeda: a comemoração foi extremamente válida, como desabafo, mas há limites. Não desmerecendo os outros 19 clubes que participaram da série B, mas o Corinthians fez, simplesmente, seu dever de casa ao ser campeão - principalmente pelos investimentos feitos no elenco, ao partir do princípio de que o orçamento corintiano era, em média, 10 vezes maior do que o dos outros times -... a vaga, esta sim, era obrigação moral tê-la conseguido.
Pero (meu portunhol é pífio) boa parte da imprensa futebolística tratou - e ainda trata - o título como o "acontecimento do ano", como se tivesse sido mais importante do que, por exemplo, a eleição de Barack Obama... e, coincidência ou não, os índices de audiência vão de vento em popa, obrigado.
Mais alguns pitacos: há muita coisa a ser melhorada no Corinthians - não é só dentro das quatro linhas -, se o time paulistano quiser obter bons resultados em 2009... além disso, como já disseram (ou cantaram, como você preferir) os caras do Los Hermanos, "todo carnaval tem seu fim".
Ponderação não faz mal a ninguém, não é? Uma coisa é tirar um piano das costas; outra coisa é festejar por algo que era para ter sido obrigatório... isso lembra o clássico fato do garoto que ganha algum presente dos pais por ter sido aprovado em mais um ano letivo.

Tentativa de chegar ao ponto G... G20

O título deste pseudo-texto poderia ser, perfeitamente, uma frase dita pelo "Companheiro Lula 9 dedos", mas é somente uma frase feita por quem está de ressaca (espero não fazer nenhuma declaração um tanto vexatória em virtude do meu estado, digamos, torpe...), a respeito da reunião do G20, uma espécie de G8 com - como a própria sigla sugere - muitos mais países... que, juntos, representam "apenas" 85% da economia mundial.

Hoje, em Washington, a capital do mundo ocidental e consumista "pra c..." (atualmente, por causa desta crise q deixou até a galera de Cuba desesperada, nem tanto...), os chefes dos 20 países-membros chegaram (?) à seguinte conclusão: as relações econômicas TÊM de ser mais transparentes e que suas conseqüências resultem em maior integridade do sistema econômico... será que os nossos "amigos" que cuidam da volatilidade da economia mundial concordaram com esta resolução?

De quebra, o presidente francês Nicolas Sarkozy disse que os "Excelentíssimos presidentes" dos 20 países irão reunir-se em abril de 2009, para elaborar uma espécie de "reunião de prestação de contas". Este encontro para analisar a aplicação das medidas estabelecidas e para uma partidinha de pôquer (é claro!) será, provavelmente, na terra da Rainha Elizabeth ("God save the queen", mas na versão dos Sex Pistols), dos Beatles e do Mr. Bean (seria ele o anfitrião deste bate-papo global?), que presidirá, temporariamente, este "clubinho". Atualmente, o Brasil é (sério?) o líder da "bagaça".

Ainda vale a pena citar que outra conclusão à qual os líderes das 20 nações chegaram foi a de que os países em desenvolvimento (por que não dizem 3º mundo de uma vez?... estes eufemismos "enchem o saco") têm de ser mais representativos tanto no FMI - as Casas Bahia dos países em desenvolvimento (sic) - como no Bird, o Banco Mundial.

Esperemos sentados pela aplicação de tais resoluções...

sábado, 8 de novembro de 2008

Obamania: esperança ou euforia?

Na última semana, todos soubemos, depois de cobertura monstruosa da mídia, processo de votação que deixaria até Chuck Norris confuso e de alguns soldados americanos terem torturado uns prisioneiros iraquianos em Abu Ghraib, quem será o cara que decidirá o rumo de nossas vidas nos próximos quatro anos: senhoras e senhores, o presidente dos Estados Unidos da América "F...dona" do Norte será Barack Obama!

Com o slogan "CHANGE - we need" (que no idioma do Manoel e da Maria quer dizer "Mudança - nós precisamos"), o democrata desbancou o republicano e ex-combatente no Vietnã John McCain ("camarada" partidário do dublê de presidente George Walker - agora descobrimos o que queria dizer o W. - Bush) em votação histórica, na qual praticamente a Fiel Torcida (força de expressão, "mano") foi às urnas - para quem não sabe, a votação por lá é facultativa, ou seja, vota quem quiser... ao contrário do que ocorre num lugarzinho onde há palmeiras nas quais sabiás cantam e a galera canta "Eu nunca vou te abandonar".

Pois é, seguramente haverá mudanças - para melhor -, por motivos que é melhor serem deixados subentendidos... mas até em que ponto elas, de fato, ocorrerão? Ponderemos: o cara é o primeiro presidente negro da história da América (fato este que tem de ser comemorado por, pelo menos , um ano), demonstrou ser ético e humano - especialmente quando foi visitar a sua avó moribunda... se foi jogada política ou não, poucos saberão dizer; mas soou muito bem para muita gente -, é a "encarnação" do novo (politicamente falando) que muitos red necks queriam, contudo, não custa lembrar que ele está vinculado ao partido democrata (o mesmo partido de Bill Clinton - talvez você se lembre do caso Monica Chup... digo, Lewinski - e de Al Gore, o mesmo cara que levou um Oscar por um documentário do tipo "Save the Earth!", mas gasta energia elétrica homericamente em sua casa). Talvez não haja mudanças tão drásticas assim.

Agora me veio à mente um comentário do candidato republicano McCain sobre Obama: o "tio" disse algo como "Obama tem pensamentos socialistas", o que equivale a chamar alguém de fdp na América (aposto que teve barbudo na ilhazinha que fica a 90 milhas de New York City vibrando com esta declaração)... peço desculpas caso estiver sendo repetitivo, pedante e chato "pra p...", mas haverá mudanças seguramente boas, mas não tão intensas assim. Basta citar que, em seu primeiro discurso após preparar as malas para a Casa Branca, Obama disse que o desenvolvimento de energia nuclear no Irã não é legal e tem de ser interrompido... acho que já disseram isso antes.

Mas, contudo, todavia, entretanto (ou qualquer porcaria de advérbio de contratiedade que existir), a Obamania chegou a proporções que levariam ao Faustão dizer "Ô loco, meu!". Kele Okereke, vocal/guitarra do Bloc Party (aquela banda inglesa que tem sons muito loucos, mas que fez a "cagada" do ano no último VMB), apareceu em alguns shows com camisetas que tinham o rosto do Obama estampado; no Quênia, onde moram alguns parentes do futuro presidente, haverá feriado em comemoração à eleição do cara; alguns geeks fizeram versão do Super Mario com o democrata como herói e lutando, inclusive, com Sarah "Miss Alasca" Palin (vice na chapa de McCain)... mas nenhuma superou a pérola dita pelo líder da KKK, aquele movimento de anti-semitas xaropetas... o cara somente disse que Obama é meio negro (ou mulato mesmo), pois foi criado por sua mãe, de origem "branca"... sem comentários.

Ainda me esqueci destas: Lil' Bush ainda disse que "o sonho virou realidade" (será que foi alguma alusão a Luther King? e o que ele diria sobre isso tudo?); e Berlusconi (premiê italiano, manda-chuva da Milan e falastrão nas horas vagas) disse que Obama é "jovem, belo e bronzeado" (ouvi bem? bronzeado?) Pegou muito mal para o primeiro-ministro da terra da bota.

Então, o que fazer e o que esperar? Por coisas (bem melhores) em relação à gestão ainda (falta pouco!) vigente... mas não é preciso entrar na onda da euforia que se pode ver por aí.

Introdução desnecessária

Não era exatamente desta maneira que pretendia iniciar este blog, mas é a que me parece menos tosca (vejam só o nível deste pseudo-escritor... se você tiver o mínimo de bom-senso, sua leitura se encerrará neste ponto).

Bueno, este blog será somente mais um no meio de alguns porrilhões de diários eletrônicos (ou tentativa de relatos cotidianos mesmo) que caíram em algum ponto da rede global, mas tentarei deixá-lo o mais próximo que eu puder do que eu penso (estou me esforçando arduamente para receber o "Prêmio Gadernal 2008").

Qual será a "levada" dele? Ainda não sei exatamente. De tanto alguns amigos me dizerem "Você TEM de criar um blog!" e "Por que você não cria um? Você leva jeito, garoto." (os diálogos não eram bem assim... no último caso, talvez me disseram isso por eu ter cara de nerd metido a cult e descolado) , decidi (re) começar a escrever... Tentarei ficar o mais longe que eu puder da caverna platônica (como se isso importasse). Além disso, tentarei falar sobre uma porrada de coisas (a parada é tosca ao ponto de não ter tema definido)... os assuntos, em meio à confusão mental, serão extremamente variados... política, futebol, música, sua mãe (brincadeira...). Confesso que uma das influências será o blog "Instante posterior" do "Sir" Bruno Medina, ex-tecladista do Los Hermanos.

Para você, que ignorou a recomendação inicial e seguiu lendo este "texto" (dedico as "aspas" à galera da minha sala de Jornalismo... eles entenderão o porquê), boa leitura! A parada não é de primeiro mundo - óbvio... estamos no Brasil, né?! -, mas é uma tentativa de fazer algo legal. Blaseísmos e tosquices à parte, "here we go!".
NOTA: as postagens dependerão do coeficiente tempo x preguiça (ao quadrado) dividido pela criatividade. Já adianto que não tenho tempo para p... nenhuma, sou extremamente preguiçoso (para postar textos) e tenho picos de criatividade. Portanto, a frequência de postagens será tão irregular quanto o asfalto das ruas de São Paulo. Ah, e se quiser elogiar algum texto (fato seguramente raro), simplesmente comentar e, até mesmo, detonar este blog, fique à vontade. Democracia é isso, não é mesmo? Hasta la vista, babe!