Talvez ninguém se lembre do caso da "Escola Base", nos idos dos anos 90... a parada foi (mais-ou-menos) a seguinte: havia uma escola de educação infantil dirigida por um casal nipônico (ou descendentes de... não me recordo agora). Por alguma "viagem" homérica ou por algum outro motivo que nem Freud explica, alguém fez uma denúncia (?) sobre supostos abusos, se é que você me entende, às crianças daquele local... A grande imprensa, na cobertura (daquele bolo de cagadas sucessivas), não apurou a veracidade dos fatos e tampouco deixou os "japas" defenderem-se (né?). Resultado: o casal não foi assassinado por muito pouco e tiveram o empreendimento arruinado e, depois de muito tempo, comprovaram que eles eram inocentes. Os grandes grupos midiáticos fizeram um mea-culpa "em off", mais por obrigação do que por qualquer outro motivo... mas a vida dos dois nipônicos nunca mais foi a mesma.
Vale citar outros exemplos: enquanto o Brasil brinca de ser feliz e pinta o nariz durante o carnaval e altas festas rolam no Paranoá, mas tudo o que passa na TV, basicamente, são os desfiles no Anhembi e na Sapucaí; durante a Copa do Mundo, também conhecida como "única época em que a galera age patrioticamente", tudo o que ouvimos é "atacante da seleção tal aparece com 'freada' na c..." (desculpa) ou "Seleção brasileira abre o seu treino ao público"... e outros fatos, talvez até mesmo mais importantes do que o torneio em si, ficam em segundo plano. Isso sem contar o último capítulo da novela vigente, o que já virou uma instituição nacional e pára um país inteiro.
Resumindo, todos - até um guri de seis, sete anos - podem notar que a abordagem sobre o nosso cotidiano é, no mínimo, tendenciosa e/ou questionável (há excessões, como em toda e qualquer regra)... Ao que parece, o que a mídia faz em seu "banheiro", aparentemente, saiu da caverna de Platão... e tudo isso vai direto para nossas casas e mentes. Até quando viveremos assim?
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