terça-feira, 30 de junho de 2009

EST MORT!


Na última quinta-feira, 25, o mundo da música (pop) perdeu um de seus maiores expoentes, se não o maior: Michael Jackson. Para poupar-lhe de toda a repercussão que o óbito (digno de rei (...)) teve, não irei apelar para o “mais do mesmo”, ao contrário do que ocorreu em toda a (grande) mídia... e, além de alguns fatos inusitados que ocorreram mundo afora, tentarei escrever sobre o “moonwalk” midiático.

Claro que seria imaginável o impacto da morte do astro pop ao redor do mundo, mas alguns fatos são dignos de serem (exaustivamente) comentados, isso é que não falam por si: presidiários tailandeses (isso mesmo, meu caro, presidiários tailandeses) tentaram realizar a dança eternizada no videoclipe de “Thriller”; Hugo Chávez, presidente venezuelano, disse estar triste pelo final (melancólico) do astro, mas reclamou da ampla cobertura do caso no canal de notícias CNN (segundo o próprio, “isso é o Capitalismo”); Mário Moraes, piloto brasileiro na Fórmula Indy, participou da última etapa (se não me engano, em Richmond) com luvas prateadas... e Barrica prometeu que, se subir ao pódio na próxima etapa do mundial de F1, fará o “Moonwalk” no lugar da já patenteada “sambadinha” (será engraçado).

Agora, queria ponderar sobre alguns pontos, digamos, chatos: antes de sua morte, Michael Jackson era considerado pela opinião pública (que é bem diferente de opinião, de fato, da sociedade) como pedófilo, mesmo inocentado pela justiça norte-americana; em virtude de seus gostos excêntricos (que custaram parte considerável de seu patrimônio astronômico), era tido como “louco”, senseless e afins... e, hoje, é tão-somente uma criança crescida, tentando reaver sua infância cerceada. Não obstante, pouco fala-se sobre os direitos comerciais que detinha sobre as músicas dos Beatles, obtidos de maneira, digamos, escusa (até hoje Paul McCartney sente as dores causadas por essa rasteira dada durante alguns passos do “Rei do Pop”). Será somente volatilidade de pontos-de-vista ou formação de juízo (de valor) condicionada à opinião pública? Tirem suas conclusões.

Como diria a poetisa, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”... e, seguramente, Michael Jackson as sabia, como poucos. Tanto que chegou a confidenciar a Lisa Marie Presley (ex-esposa do cara e filha do “homem”) que temia morrer da mesma maneira que Elvis (vitimado por um ataque cardíaco). Apesar de seu desejo (ou medo, de acordo com o seu ponto de vista), não houve muita diferença entre ambos os óbitos. Com certeza o mundo ainda verá intensas (e sangrentas) batalhas judiciais pela guarda dos filhos (?) e pelas migalhas que ainda restam (inclusive em Neverland)... triste epílogo para quem teve alguns dos capítulos mais alegres do século XX, intercalados numa história tão inverossímil quanto as contadas por Machado de Assis.

Tentemos não nos ater aos seus erros e deslizes, tampouco aos seus problemas e ao seu complexo de Peter Pan... nos recordemos de Michael Jackson tal qual ele foi (e será), musicalmente falando.

FÉÉÉRIIIAAASSSS!!!!


Passamos o ano inteiro esperando por datas como o Natal, Réveillon, aniversário... e, claro, pelas férias também. Na infância (e, em pouco mais da metade dos casos, na adolescência), essa fase vem em dose dupla (no verão, quando, normalmente, passamos alguns dias na praia, no sítio, na casa dos tios do norte do Paraná... e no inverno, época em que, substancialmente, ficamos debaixo das cobertas para assistir, pela décima oitava vez, “Karate Kid” na “Sessão da Tarde”); contudo, ao atingirmos a fase adulta (?) de nossas vidas, essa “boiada” torna-se rarefeita... só a temos uma vez ao ano... e isso quando a temos. Daí a mitificação desse mês de “retiro” moral por parte de todo e qualquer ser humano membro do proletariado – de uns meses para cá, os estagiários foram (merecidamente) inclusos no pacote.

Quando percebemos que necessitamos de uma pausa e que estamos aptos a balbuciar “Preciso de férias”? A manifestação de tal necessidade pode ocorrer de diversas maneiras, de acordo com o estágio do “estressômetro” do elemento... ao ser extremamente rude com a pessoa mais legal do mundo, por motivos, digamos, “bobos”; ao chorar em bicas por causa de uma conversa um pouco mais acintosa; ao visualizar uma parede (ou o hall do elevador) tal qual sua cama... Enfim, o corpo, a mente (e a alma, por que não?) gritam “Help me, m*therf*ck*r!” quando atingem o limite tolerável, no que diz respeito a situações desgastantes.

Durante as férias, todos temos o costume de fazer planos, inclusive os (absurdamente) irrealizáveis, como ir até o STF (Plenário e Câmaras dos deputados e senadores também podem perfeitamente entrar no pacote) e atirar ovos podres em seu presidente, quiçá em algum senador que tenha colocado a família inteira em seu gabinete por meio de “atos secretos”; quiçá ir à Disney e quebrar um skate na cabeça do funcionário vestido de Mickey (se bem que no Pateta ou no Tio Patinhas seria um pouco mais engraçado).

Contudo, via de regra, costumamos fazer tudo o que não podemos fazer em nosso (insano) cotidiano... ouvir aquele CD “jogado” no canto do quarto da sua “banda de cabeceira”, ler aquele (s) livro (s) que está (ão) em sua lista de “1001 livros para ler antes de morrer”, assistir aos DVDs empilhados aleatoriamente (desde ao do filme “arrasa-quarteirão” do semestre passado ao último dirigido pelo Gus Van Sant), visitar (ou pentelhar) os amigos de “outrora”, dos (as) quais você teve de se afastar por causa de seu cotidiano (infelizmente ou felizmente, cada um “toma um rumo” na vida), ir a algum pier (ou jardim suspenso), num final de tarde, para escrever ou para ficar ao lado de alguém... além daquela viagem (o rumo pode variar da Costa do Sauípe até a Praia Grande) que você vinha planejando desde o fim das últimas férias.

Enfim, aproveite cada instante de suas férias como se fosse o último segundo na Terra. Carpe Diem!