domingo, 24 de maio de 2009

LOUCURA MODERNA


Com certeza você já assistiu ao desenho “Os Jetsons”, certo? Pois bem, independentemente de você ter 20 ou 40 anos, você imagina que o futuro será “povoado” por carros voadores, tele transporte, pílulas que, se colocadas em alguma espécie de microondas ultra high tech plus advanced, transformam-se nos mais variados pratos (de pizza a, quem sabe, feijoada), roupas para lá de “viajandonas” desenhadas por algum estilista da NASA... pois bem, será que o futuro já não bateu à porta de nossas casas e, sem termos percebido, já entrou e pegou a cerveja na geladeira (chamada de Rosie)?
Vamos lá. O futuro já chegou (não aquele no qual pseudo-telas em formato touchscreen abrem-se em nossa frente, tampouco o de Aldous Huxley em “Admirável mundo novo”)... e está tomando cerveja no sofá de nossas casas e assistindo ao jogo do Corinthians (numa TV de LCD com home theather e conversor digital, é claro). Em primeiro lugar, quem imaginaria que um pedaço aparentemente insignificante de plástico (reciclado) seria o regente e desregulador de nossa vida financeira? Ou que poderíamos comprar um notebook com tecnologia 3G em algo chamado Internet, por meio do qual poderemos pagá-lo num tal de Internet Banking? Isso tudo sem contar o celular touchscreen com 250 funções... e que brilha no escuro.
Agora pensemos (e reflitamos), todos juntos: quem nunca esqueceu alguma senha qualquer (principalmente as do banco, do VR, do e-mail, do MSN, Orkut, Myspace, Twitter e similares)? Ou, então, fez uma “salada mista” digna de algum feito épico de Mr. Bean com informações importantes (?) de seu cotidiano? Temos de lidar com tantos dados, números, informações atiradas por uma metralhadora “à Rambo” sem critério algum, que chega um certo momento em que torna-se humana (e tecnologicamente) impossível separar o joio do trigo (agora me lembrei de um trecho de alguma música do Capital Inicial: “(...) Inteligência ficou cega de tanta informação (...))”. Não seria nenhum pouco insano digitar insistentemente a senha da “Central do Aluno” de alguma UniEsquina da vida no caixa eletrônico (e provocar alguma fila digna de qualquer pronto-socorro), ou atender o telefone de casa (ou até pior, o celular) da seguinte maneira: “Unidade Jade... Amauri, bom-dia.”... Para sua (falta) de sorte, a pessoa do outro lado da linha trabalha em algum call center e “vai estar tentando” vender-lhe algum produto da Tecnomania.
Outro aspecto clássico de nossos tempos modernos... a troca involuntária de cartões, de acordo com a necessidade e/ou ocasião... Quem nunca pegou, acidentalmente, o cartão de alguma loja de departamento e tentou utilizá-lo no caixa eletrônico 24 horas? Ou, então, tentou inserir o cartão do banco no validador do VR? Citarei algo que aconteceu comigo há algum tempo... O expediente havia se encerrado, e saí apressado do prédio. Tomei um ônibus, fui ao metrô e, somente na faculdade (para ser mais preciso, na catraca), notei que estava com o crachá da empresa preso a um cordãozinho de silicone no pescoço... e, para completar a “sessão bizarrice”, estava passando-o na catraca. Para completar, estava numa espécie de horário de pico da entrada ao campus.
Por essas e outras precisamos abrir os olhos para que não vivamos numa espécie de “ditadura da tecnologia”... isso se é que já não a estamos vivendo.

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